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Diferença entre judaísmo e cristianismo

Texto interessante de um Rabino Judeu, muito respeitoso para com o cristianismo, mostrando que a principal diferença entre o judaísmo e o cristianismo não é basicamente a crença em Jesus ser ou não o messias, mas os dogmas que separam as duas crenças.

Outro ponto interessante é que no ínicio do cristianismo, ambas religiões eram mais próximas e a história comprova isso. O texto na íntegra:

Dada a tradicional pergunta "afinal vocês acreditam ou não em Jesus Cristo?", a resposta mais inteligente que eu já escutei foi esta:"nós judeus acreditamos que o Messias virá. Vocês cristãos acreditam que ele já veio, mas voltará. Portanto, numa coisa nós concordamos - ainda vem alguém pela frente. Alguém ainda está para vir. Muito simples! Basta aguardar o Messias e, quando ele chegar, perguntamos se essa é a primeira ou a segunda vez que ele aparece por aqui...".

Se Jesus é ou não o messias não é a pergunta mais importante que divide o Judaísmo do Cristianismo. A grande questão que difere os dois sistemas religiosos é a ênfase que cada um dá para fé e ações. De acordo com o Judaísmo, D'us considera as ações das pessoas muito mais importantes do que sua fé. "Melhor que (os judeus) Me abandonem, mas sigam as Minhas leis" (Talmud Y. Hagiggah 1:7). Agir de acordo com os princípios éticos e morais judaicos é a obrigação central dos judeus. O Cristianismo, por outro lado, à medida que foi se desenvolvendo, deixou de lado a quase totalidade das leis e transformou a fé no seu ponto central.

No início as diferenças eram praticamente insignificantes. O próprio Jesus afirmou que "não imaginem que eu vim para abolir a lei dos profetas (...) quem infringir a lei será o último para ir ao reino do céu"(Mateus 5:17). Com o passar do tempo, a derrota para os romanos em 70 e.c. e a influência dos apóstolos, notadamente Paulo, a lei foi sendo abandonada. Com o advento do protestantismo, os sacramentos católicos foram eliminados, mas não a valorização exclusiva da fé. Lutero escreveu que"a fé por si mesma, sem os sacramentos, justifica, liberta e salva". Esse processo teve um efeito cataclísmico no distanciamento entre nós e os cristãos.

Existem três dogmas que derivam dessa diferença fundamental. Para os cristãos, acreditar nesses dogmas é necessário para resolver alguns problemas que seriam insolúveis caso os dogmas não existissem. Trata-se do "Pecado Original", da "Segunda Vinda" e do "Perdão através da morte de Jesus". Ah, nenhum destes dogmas estão na Torá.  Para os judeus, esses dogmas não são necessários porque esses problemas nunca existiram. E de fato não existe, igual  "judaísmo messiânico". O Cristianismo estabelece que todas as pessoas nascem pecadoras, estando nessa condição de forma hereditária. Paulo escreveu que "o pecado veio através de um homem e através de outro homem que ele será removido" (ética IX). Assim, apenas o batismo, e nada mais, tem o poder de salvar o ser humano. Seria uma espécie de antídoto universal para o pecado que nasce com cada pessoa, desde os tempos imemoriais. Para o Judaísmo, "Pecado Original" não é problema. A noção de que as pessoas nascem pecadoras não é judaica, procure na Torá! Não tem... Cada pessoa nasce inocente e cabe a elas tomar as suas próprias decisões morais e escolher se ela quer ou não pecar, isto tem um nome, se chama livre arbítrio e responsabilidade.

Outro problema Cristão é o fato das profecias messiânicas não terem se concretizado quando da vinda de Jesus. Como pode Jesus ser o messias se nenhuma das principais profecias se tornou realidade? "Nação não levantará a espada contra nação, nem aprenderão mais a guerra" (Isaias 2:1). Não é preciso ser um especialista em história para saber que, nesses vinte séculos de era cristã, isso não se concretizou.

obs. Opinião não compartilhada pelo autor do blog

A solução oferecida pelo Cristianismo é o conceito da "Segunda Vinda" de Jesus, quando finalmente a era messiânica chegará. Para os judeus, esse conceito não é aceitável porque a Torá nunca mencionou uma segunda vinda do Messias.

Além desses elementos, existe o problema de que as pessoas não podem obter salvação através de suas ações. Para resolver isso, desenvolveu-se o dogma da fé em Jesus como única forma de salvação. Nessa solução, como foi observado acima, o Cristianismo difere profundamente do Judaísmo. Quais pecados a morte de Jesus estaria removendo dos ombros da humanidade? Como a Torá afirma que apenas o povo judeu pode ser cobrado pelas obrigações homem-D'us, então a morte de Jesus só poderia estar perdoando a humanidade pelos pecados homem-homem. Essa doutrina se opõe diretamente ao Judaísmo e sua noção de culpabilidade. De acordo com o Judaísmo, nem mesmo D'us pode nos perdoar pelos crimes cometidos contra outros seres humanos. Apenas a pessoa atingida tem o poder de nos perdoar, sabia disto?

Por fim, existe a diferença fundamental em termos da atitude para com os agressores. "Não ofereça ao mal nenhuma resistência. Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, ofereça a ele a esquerda também" (Mateus 5:38) e "Ame os seus inimigos e reze pelos teus perseguidores" (Mateus 5:44). O Judaísmo, por outro lado, exige que os agressores sejam poderosamente resistidos. A Torá cita o exemplo de Moises, quando mata o capataz egípcio que batia em um escravo judeu. Do judeu é exigido tratar seus inimigos com justiça, mas não existe nenhuma indicação nas fontes de que um judeu deve amar seus inimigos. Nenhum judeu é obrigado a amar um nazista, por exemplo, como poderia sugerir a declaração de Mateus.

Apesar das muitas diferenças entre nós e os cristãos, essas diferenças não devem em hipótese alguma ser obstáculo para um excelente relacionamento entre as comunidades. Os dois sistemas religiosos compartilham valores e objetivos bastante similares. Ambos querem um mundo mais ético e humano e as pessoas religiosas das duas comunidades devem se ajudar nesse intento. No entanto, em uma época em que movimentos missionários cristãos das mais variadas estirpes lançam campanhas de conversão de judeus, é importante conhecer as diferenças entre nós e os cristãos para termos claras as linhas vermelhas que separam cada religião.

Artigo baseado nas obras de Dennis Prager e Joseph Telushkin. Tradução e colaboração de Selma Bias Fortes.
fonte: Judeus.org

Porque os judeus não aceitam Jesus - O problema do NT

O problema do novo testamento

 

Muitas pessoas me perguntam o porque o judeus não aceitam Jesus como messias. Isto acontece porque os judeus são testemunhas oculares da história e não tem como base o novo testamento, eles não aceitam o novo testamento. A não aceitação dos judeus não é de hoje, é desde a época de Jesus mesmo. Mas quando um cristão lê o novo testamento, ele pensa: “Nossa, como os judeus são hereges! Jesus cumpriu todas as profecias e mesmo assim eles não aceitam, são cegos!”. Ai que esta o maior problema, o novo testamento e como ele foi construído. Se todos que lêem o novo testamento, lessem cada citação que o mesmo faz do velho testamento começaria a entender os judeus.

 

O novo testamento cita inúmeras profecias que Jesus cumpriu, fascinando os leitores e levando eles a crerem cada vez mais na sua autenticidade. Legal! Mas o problema é que a maioria das profecias que o novo testamento cita, não são profecias. A maioria são versículos isolados, fora do contexto, e algumas nem sequer existem. Em Mateus por exemplo, a sagrada família retorna do Egito para cumprir uma profecia que diz: “Do Egito chamei meu filho”. Mas quando nós vamos ver esta suposta profecia que se encontra em Oséias, diz: “Quando Israel era menino eu o amei, e do Egito tirei meu filho e nunca mais retornarão para lá”. Ou seja, não é uma profecia. Deus esta se referindo a Israel e ainda diz que eles não voltariam mais para La.

 

 

 
Isaias nunca profetizou um nascimento virginal, apenas deu
um sinal para o Rei Acaz

Mas como a maioria apenas lê o novo testamento, eles talvez inocentemente acreditam mesmo que ali Jesus esta cumprindo uma profecia, e a maioria nem sequer tem o trabalho de ler a suposta profecia. Alguns lêem apenas o versículo isolado “do Egito chamei meu filho”  pronto. É uma profecia cumprida. E isso acontece em todo o novo testamento, nem precisa ir muito longe. A profecia de Isaias 7 de uma suposta virgem que foi um sinal para o rei Acaz, figura no novo testamento como uma profecia cumprida no nascimento de Jesus, e isso é aceito pela maioria cristã, ainda que Isaias não tenha dito nada disto. Este é o problema e a diferença. Mas inúmeros estudos mostram tabelas mostrando que Jesus cumpriu todas as profecias do antigo testamento. Pegam versículos aleatórios e citam como se fosse uma profecia que Jesus esta cumprindo. por exemplo: David estava sendo perseguido pelo Rei Saul e escreveu em um salmo: "Cães me rodeiam", isto já figura como se David estivesse profetizando que o messias seria perseguido pelos fariseus. Mas David não foi profeta e ao ler o restante do salmo vemos que david estava falando de sí mesmo e da situação que estava passando. Mas como o NT cita como profecia, a maioria não observa nem sequer o salmo inteiro. 

  

 

O novo testamento, por exemplo cita um oráculo de Zacarias 13 como sendo uma profecia messiânica, onde diz: "Espada, fere meu pastor e as ovelhas serão dispersadas" . Mas quando a gente lê o contexto, vemos que isso não é uma profecia, mas uma punição para um mau pastor. Na verdade Deus esta condenando este pastor com a espada dizendo: 

 

"Espada, levanta-te contra meu pastor, e contra o homem meu companheiro. oráculo de Deus dos exércitos. Fere o pastor que as ovelhas sejam dispersadas! Eu voltarei minha mão contra os pequenos." Zc 13, 7

 

Se voltarmos alguns versículos apenas vemos que o pastor que Zacarias profetiza não é um ungido, mas um falso profeta:

 

"E acontecerá naquele dia que os profetas terão vergonhas de suas visões, quando profetizarem e não vestirão o manto de pele para mentir (trajes que caracterizava os profetas nômades; ver João batista). Cada um dirá: "Não sou profeta, sou homem que trabalha a terra, pois a terra é minha propriedade desde minha juventude (ara. Adamah Qinyani; jogo de palavras em aramaico). e se lhe disserem: "Que feridas são estas em teu peito?"( versão hebarica: Que chagas são estas em tuas mãos e em teu peito?) Ele responderá: "Aquelas que recebi na casa de meus amigos". Zc 13, 4-6

 

Dentro do contexto, não fazendo esta separação de capítulos e versículos isolados, vemos que o profeta de Zacarias seria um falso profeta, (ver capitulo 12,15) e estes oráculos figuram no Novo testamento como se fossem profecias messiânicas.

 

Ai muitos me perguntam: “O evangelista mentiu?”. Não, seria imprudente fazer tal afirmação, uma vez que o novo testamento não possui autógrafos, isto é, nenhum original sequer escrito pelo próprio autor. O novo testamento foi sendo montado a partir de papiros que datam a partir do segundo século, de histórias de tradição oral e de memória, e , por interesse também. Seria difícil imaginar que um evangelista judeu não conhecesse as profecias ou as colocasse simplesmente por má fé. O mais provável é que tais associações proféticas foram feitas por terceiros, talvez copistas, ou pais da igreja, para respaldar a sua fé.

 

Uma pessoa racional começa a perceber tais detalhes e faz uma separação de fatos. Uma pessoa guiada estritamente pela fé (fanática) ignora todos os fatos ou tenta harmoniza-los, por mais absurdo que pareça. Cada vez que eu analiso uma contradição ou acréscimo do novo testamento, sempre sou alvejado por ofensas de religiosos fanáticos. Um pessoa sensata não deveria saber a verdade sobre aquele que consideram seu messias? Se alguém acrescentou uma letra que seja na sua boca, eles não deveriam saber se foi mesmo o salvador que disse ou não? Na teoria funciona assim, mas na prática é o oposto. Seguem mais a tradição que ouviram e aprenderam desde criança, e qualquer pessoa que tente falar a verdade eles pintam como um inimigo da igreja e atacam. Irônico não!. Como eu já disse em postagens anteriores, pedem tantas coisas para Jesus, desde emprego, saúde, bens etc... e não dão a mínima para quem ele foi de verdade. A maioria não sabe nem sequer que ele era judeu. É tipo um não importa. “Ah, eu adoro Jesus e não me importo nem um pouco com quem ele foi”. Ai citam aqueles velhos chavões que favorecem a ignorância, tipo a letra mata ou devemos pedir orientação do espírito santo. Engraçado que quando é para falar mal da igreja católica ou dos espíritas ai eles dizem: “os católicos não lêem a bíblia!”.

 

 

 
Na pratica é assim!

Imaginem então o seguinte caso: Você é fanático por Jesus. Ai um livro diz que ele nasceu em Belém e outro livro diz que ele nasceu em Moscou, Rússia. Como fanático, o que você faria? 

 

  1. A) Iria procurar saber qual é a verdade, ou nasceu em Belém ou nasceu em Moscou. 

 

  1. B) Iria harmonizar os livros, dizendo que ele nasceu em Belém mas sua mãe era de Moscou por isso que o outro livro diz isso. 

 

Infelizmente a maioria faz o B. Mesmo se um evangelho dissesse que Jesus era alto e loiro e outro dissesse que ele era negro e baixinho, eles iriam tentar harmonizar de uma forma ou de outra. “Não, ele era alto e baixinho, pois era alto para uns e baixinho para outros maiores que ele, e negro e loiro ao mesmo tempo. Não tem contradição nenhuma!” Isso é o que geralmente acontece.

 

O novo testamento, tem mais de cinqüenta por cento de variação textual, isso do que nós temos como antigos, como papiros e códices. Variações simples até graves, incluindo acréscimos e omissões. E é obvio que se existiu um Jesus histórico ele não pode ter sido alto e baixo ao mesmo tempo, como no exemplo citado, ou ele foi uma coisa ou foi outra, mas nós vemos nesses documentos divergências similares a do exemplo e por mais absurdo que pareça, tentam harmoniza-las. E qualquer um que discorde, eles atacam. Ou seja, se eu disser que um quadrado cabe no espaço de um triângulo, a pessoa tem que concordar. Ou concorda ou morre! Não foi assim a inquisição? Por mais absurdo que pareça um fato, a pessoa se vê obrigada a concordar com um fanático sob ameaça: “Cabe, certinho!”

 

 
Na pratica é assim! Não importa o quanto seja contraditório,
"Não existe contradição alguma!"

 

Que existiu um Cristo histórico isso é inegável. Nós sabemos que houve um homem, um grande profeta da Galiléia, que curou doentes, ressuscitou mortos, fez milagres, pregava uma doutrina nova e exortava seus seguidores a paz. Mas que a sua história não é cem por cento idêntica as narrativas dos evangelhos também temos certeza. Porque? Vamos ver alguns pontos:

 

Se nós pegarmos todas as frases que Jesus disse vamos notar que:

 

- Algumas frases não são originais sua, são apenas citações da Torá como o “amar ao próximo como a si mesmo” que se encontra em levitico 19,18 (todos pensam que é de Jesus que estava ensinando o amor ao contrario do Deus malvado do antigo testamento)

 

- Outras frases são Do famoso Rabino Hiliel que viveu até a época de Jesus, e alguns acreditam inclusive que Jesus tenha sido seu seguidor, pois muitas de suas frases são apenas citações do Rabino que viveu antes dele e que teve seu trabalho registrado, como por exemplo as bem-aventuranças ou o dar a outra face.

 

- Outras frases são similares a filosofias que existiam no império Romano e eram discutidas pelos filósofos da época, ou seja, eles conheciam, como por exemplo: “Não guardar tesouros na terra” frase que é atribuída a Sidarta Gualtama, o Buda, séculos antes. Também outras como “mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha....” também de Buda.

 

- Outras frases e versículos do novo testamento não são nem doutrinas, nem filosóficas, mas parecem terem sido inseridas apenas para manipular as massas, como era típico dos romanos, como a repetição de coríntios e de Pedro que diz que toda autoridade vem de Deus e que exorta aos cristãos a não se rebelarem. Sendo que na história dos judeus nós vemos inúmeras rebeliões que garantiam a sobrevivência da cultura e do povo judeu.

 

Então fazendo uma análise assim, mesmo que superficial, sobra muito pouco do que é original dos ensinos de Jesus, menos de quarenta por cento. É como se tivessem pegado um personagem que teve muitos seguidores, e foram colocando coisas na sua história para defender certos interesses. Nós sabemos que os pais da igreja faziam correções nos evangelhos e os copistas também. Tanto que foi inserido na bíblia aquela advertência de que não se tirasse ou colocasse nada na escritura devido a isto, que era uma prática comum nos primeiros séculos.

 

 

O que lembra muito a profecia de Daniel do ferro misturado com barro, que seria um reino diferente que surgiria após os romanos. Eu vejo o novo testamento assim. Ensinos bonitos de Jesus (ferro) misturados com barro .

 

Quando a gente vai eliminando o barro, matamos inúmeras contradições e vemos um Jesus mais real, mais humano e menos contraditório. Mas como disse no inicio, as pessoas que tem a mente cauterizada pelas religiões não aceitam isto. Mesmo que você mostre através de documentos antigos que certo ponto não existia nos primeiros séculos, para eles não importa. O que importa é que eles acreditam que aconteceu, mesmo não tendo respaldo nas escrituras. E ainda querem converter todo mundo e demonizam qualquer um que discorde. É o que aconteceu com os judeus. Durante séculos a igreja sempre tentou empurrar neles goela abaixo todos esses equívocos do novo testamento. Os perseguiu e os expulsou porque os judeus se recusam a aceitarem tais coisas.

 

AS DUAS INFÂNCIAS DE JESUS

 

No começo dos evangelhos vemos que dois evangelistas supostamente narraram a genealogia e infância de Jesus, Mateus e Lucas. Parece que os dois estão falando de duas pessoas completamente diferentes. A começar pela genealogia. A de Mateus tem 27 gerações de David até Cristo. A de Lucas tem 43. Uma diferença enorme de anos. A de Mateus vem a partir de Salomão, a de Lucas de Natã, irmão de Salomão. E mesmo sendo obviamente duas genealogias diferentes, elas citam o mesmo nome, Salatiel nas duas, e seus descendentes.. Alias são os poucos nomes que coincidem de ambas. Como alguém pode ser descendente de dois irmãos? Fora que se formos contar cada geração, da uma diferença de mais de dois séculos! Mas não precisa ser nenhum gênio para perceber que são duas genealogias diferentes, impossível serem ambas de Jesus. Diga isso a um religioso e ele de uma forma ou de outra vai tentar a todos custo harmonizar. Como eu disse acima: “Não há contradição nenhuma!”

 

Mateus diz que Jesus após nascer, sua família já fugiu para o Egito, na mesma noite mesmo (Mt 2:13). Mas segundo Lucas, Jesus foi circuncidado no oitavo dia, no templo conforme a lei (Lc 2: 22) isto é, naquela semana só pode ter ocorrido uma coisa. Ou ele foi circuncidado em Jerusalém ou estava a caminho do Egito, quase chegando lá. É difícil harmonizar isto! Mateus diz que eles permaneceram no Egito enquanto Lucas diz que eles permaneceram em Jerusalém, tanto que Lucas narra uma passagem onde Jesus se perde de seus pais aos doze anos. Não, mas ai dizem que ele foi para o Egito, permaneceu lá e em menos de uma semana já estava em Jerusalém sendo circuncidado. Viram? Não tem contradição nenhuma, é exatamente a mesma história!

 

 

 

E Mateus cita que Jesus também estava cumprindo a profecia de que seria chamado Nazareno. Essa profecia não se encontra em nenhuma parte do antigo testamento. A própria cidade de Nazaré só figura nos evangelhos, mas não existe nenhuma evidência externa de sua existência!

 

 

A ORIGEM DO NOVO TESTAMENTO RESUMO

 

Quando eu ia nas igrejas dar palestras sobre o novo testamento, eu explicava mais ou menos resumindo a origem do novo testamento. Vou tentar dar mais uma resumida aqui:

 

Todos teólogos e historiadores acreditam que os evangelhos possuíam uma fonte original, que serviu de base para os evangelhos sinóticos, chamado de evangelho Q. Mateus, Marcos e Lucas devem ter usado desta fonte para compor seus evangelhos. O de João não é sinótico e hoje sabemos que não pode ser atribuído a João, o apóstolo.(ver: João não é o autor do quarto evangelho

http://exegeseoriginal.blogspot.com.br/2012/04/joao-nao-e-o-autor-do-quarto-evangelho.html)

 

Se você comparar os três evangelhos sinóticos, você observa uma coincidência cronológica dos fatos, raras exceções, mas coincidências até de erros. Exemplo:

 

Mateus primeiro narra a morte de João batista e em seguida a duvida de João. Ou seja, primeiro ele menciona que João já havia morrido, quando se lembra de mais um ultimo fato dele e narra  a seguir. Os outros evangelistas seguem na mesma ordem cronológica, mostrando que eles devem ter se utilizado de uma mesma fonte. Segundo Pápias, um dos pais da igreja do primeiro século, eles utilizaram um suposto evangelho de Pedro como fonte para comporem seus relatos.

 

Esse evangelho Q não existe hoje e não sabemos seu conteúdo. Pelos testemunhos dos pais da igreja, sabemos mais. Sabemos que o evangelho de Mateus foi escrito originalmente em hebraico e pelas citações, sabemos que deveria ter pelo menos um 300 versículos a menos do que temos hoje. A recente descoberta de outros manuscritos de Mateus como o Shem Tov ou o Du Tilet, reforçam essa teoria.

 

Então havia um evangelho original, e com ele os evangelistas foram compondo seus evangelhos, somando o que eles mesmo sabiam e lembravam. Mas mesmo assim os evangelhos ainda eram menores do que os que temos hoje.

 

 

 

Nessa época, os pais da igreja eram todos gentis. Nenhum judeu, apesar da igreja ter nascido em Jerusalém. Os gentios tinham toda uma filosofia grego-romana, e a sua religião, o helenismo, era baseada mais em filosofias que em fatos. Basta ver a história romana de semi-deuses, seres mitológicos etc....

 

 

 

Com isso, os convertidos a fé cristã, adaptavam suas filosofias a história de Jesus, uma vez que para eles, Jesus não era um messias, mas um semi deus como os que eles já tinham em Roma. Basta ver a discussão de Trifon, o judeu com Justino que vemos exatamente isso. Justino acreditava de acordo com ele mesmo que o messias nascera de uma virgem conforme seus deuses pagãos. Trifon, sendo judeu lhe diz que se ele quer acreditar que Jesus foi um messias, que o fizesse da maneira como foi e não com fábulas mitológicas. A partir daí, vemos a influência dos copistas para respaldarem suas crenças filosóficas na história de Jesus.

 

Para tentar convencer os judeus e os novos convertidos, eles faziam isto que os judeus conheciam muito bem, tipologia. Iam adaptando a história de Jesus com o antigo testamento para tentar convencer a todos que Jesus era um novo Moisés e que sua história era toda uma tipologia do antigo testamento. Foi ai que passagens como o nascimento virginal foram parar nos evangelhos, pelo menos é o que da a entender.

 

Outros pontos sérios também foram sendo corrigidos. Na cruz por exemplo, a ultima frase de Jesus foi:“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?” Como a oração de Jesus ficou sem resposta, os pais da igreja acrescentaram o versículo que diz: “Pai, perdoai-vos, eles não sabem o que fazem!”. Este versículo não contém na maioria dos manuscritos. Foi mais uma correção para respaldar uma crença. E estas correções foram gerando mais força e poder para a então religião cristã, pois uma vez que o livro corrigido não contém erros, não da brechas para duvidas e questionamentos. Em hebreus capítulo 2,9 por exemplo, o autor escreveu, segundo os manuscritos: “...por causa dos sofrimentos da morte, abandonado por Deus, provou a morte.....”. Eles alteraram para : “...por causa dos sofrimentos da morte, coroado de honra e de glória, é que pela graça de Deus provou a morte....”. Viu a diferença? Se um versículo pode dar brechas para a duvida ou questionamento, eles corrigiam! Simples! Esta fórmula funciona até hoje. Afinal, se a bíblia dissesse que Jesus morreu abandonado por Deus, os cristãos iriam começar a pensar:

 

“Como que Jesus é Deus se morreu abandonado por Deus?”

 

Fora que no primeiro século, Jerusalém fervia de supostos messias, a maioria registrados na história. Jesus mesmo não havia apenas um, pois Yeshua era um nome comum na época. Teve Apolônio de Tiana, Simão o mago (citado em atos), Simão pirineu, Simão Barjonas, Jesus o encantador etc.... Haviam vários messias e escritos sobre quase todos eles pelos seus seguidores. Quase todos com poderes super-humanos e extraordinários. Simão dizem que até levitava, segundo os atos de Pedro.

 

O PROBLEMA PAULO

 

É obvio que apenas um se destacou, e sua história era mais simples e sua mensagem mais profunda, Jesus. Mas ai surge no cenário um outro personagem, que mesmo não tendo conhecido Jesus começa a pregar sua mensagem a todos os cantos, e mesmo discordando em muitos pontos de Jesus, Paulo.

 

Paulo chega a dizer em uma epístola que o importante é Cristo ser pregado, seja com falsidade, ou por interesse, não importa, o importante é pregar e converter o máximo de pessoas. Com esta mensagem inclusiva, e destinada aos gentios, Paulo transforma o cristianismo numa expansão sem limites e gera uma ruptura histórica com o judaísmo e suas raízes.

 

 

 

 

Paulo profetizou aos cristãos que eles não morreriam mas seriam arrebatados aos céus em sua segunda epístola aos tessalonissensses. Como isto não aconteceu, e constrangidos por isso, os pais da igreja corrigiram o versículo de sua epístola, como aliás faziam com toda escritura e o versículo que dizia: “Todos nós não morreremos” ficou: “nem todos morreremos”. Pedro já havia advertido em sua epístola que os ignorantes faziam isto com a escritura para a própria perdição.

 

Em 1coríntios 15 Paulo já muda o discurso e não fala mais em arrebatamento, mas em transformação. O versículo dizia: “Nós não dormiremos” e os pais da igreja corrigiram pára: “nem todos dormiremos”. Simples! Tudo para esconder que Paulo foi um falso profeta, pois suas profecias nunca se cumpriram. Pós isso, todas igrejas jogam estas profecias de Paulo para o futuro, mesmo o contexto não dizendo isto. Ou seja, o fato de Paulo ter feito falsas profecias e mesmo Jesus tendo advertido sobre os falsos profetas, a igreja não liga e Paulo continua sendo o Pilar mais importante da fé.

 

 

 

No primeiro século, a igreja queria mais Paulo devido a sua mensagem destinada aos gentios. Não seguir a lei principalmente, uma vez que a maioria dos apóstolos exortavam o cumprimento da lei, Paulo era mais conveniente para a igreja gentílica. Por isso eles iam corrigindo suas epístolas. A concepção de uma salvação gratuita, exclusivamente crendo em Jesus, soou bem aos gentios e serviu como forma de manipulação e expansão.

 

 

Epístolas como a de Tiago que era uma resposta a epístola de Romanos, ou a segunda de Pedro, não entraram no cânone, mas só foram aceitas séculos depois por força de grupos isolados.

 

Mentira, falsidade e dissimulação são comuns nas epístolas de Paulo, como entregar alguém a satanás (1co 5,5) ou dizer que o importante é pregar mesmo com falsidade, ou criticar os demais apóstolos, os que de fato aprenderam com jesus. Esse é considerado o maior dos apóstolos e suas epístolas são a maior base da fé cristã.

 

O PROBLEMA CONSTANTINO

 

A esta altura, primeiro e segundo século, o novo testamento já não era original. Já tinha interesses pessoais nele. Mas ai surge mais uma mudança, o concilio de Nicéia.

 

Constantino foi o rei Pagão, que um dia em um campo de batalha teve uma visão no céu, de um sinal em forma de uma cruz que dizia: “Sobre este símbolo conquistarei”. Após vencer a batalha ele se converte a religião cristã, mas nunca deixou de ser um sacerdote do Deus sol. Oficializa o cristianismo como religião oficial do império, e os cristão deixam de serem perseguidos. Como no império não haviam apenas cristãos, ele decide através de concílios com os bispos, moldar a religião a fim de unifica-la, e agradar a gregos e troianos. Apesar dos bispos cristãos, a palavra final acabou sendo de Constantino, e certos dogmas foram definidos neste concilio, como a divindade de Jesus, a trindade, a data do natal etc... Vários elementos das religiões pagãs foram adaptados ao cristianismo para atrair os pagãos para uma religião única. 

 

A deusa mãe Osiris por exemplo, que era cultuada em Roma, passou a ser chamada de virgem Maria.Isis e o menino Hórus passaram a ser Maria e o menino Jesus.

 

E pra respaldar isto, os novos dogmas, seria necessário uma escritura. Constantino então realiza a canonização dos livros, isto é, nestes concílios eles decidem quais livros deveriam compor ou não o novo testamento e de que forma, uma vez que após decidirem faziam uma cópia do livro e queimavam o original que tinham.

 

Por isso que no novo testamento vemos passagens que se assemelham  em muito com passagens dos messias solares. Mas naquela época não tinha internet e o mundo não era globalizado. A maioria dos Romanos não tinham o menor conhecimento do oriente ou de outras religiões, então eles não viam as semelhanças. Hoje, os que vêem, fingem que não vêem, ou não querem aceitar.

 

Buda, por exemplo, nasceu de uma virgem Maia, foi tentado quarenta dias no deserto por um demônio chamado Mara e andou sobre as águas, isso muito antes de Jesus. Naquela época, os habitantes nem sequer imaginavam isto, pois não tinham contato com outras culturas, ainda mais distantes. Ficavam maravilhados com estas histórias como se fossem originais e sinais divinos. Foi assim que o cristianismo foi se expandido cada vez mais, e todos que se opunham ou não aceitavam como os judeus, eram perseguidos, expulsos e mortos.

 

A EXPANSÃO DA RELIGIÃO

 

Quando o cristianismo se tornou a religião dominante, todos os grupos que se opunham a certos dogmas foram exterminados. Com o surgimento da inquisição a perseguição apenas piorou e a única religião permitida  era o cristianismo. Com o descobrimento da Américas, os europeus catequizavam os índios a força: "ou se convertem ou morrem"

 

Iam até a África, escravizavam os negros, traziam para o novo mundo e os impediam de cultuar suas crenças, obrigando-os a se converterem a religião cristã.

 

Dizer que o cristianismo é a maior religião do mundo pelo poder de Deus é um desconhecimento histórico. Não havia outra opção. Ou se convertia ao cristianismo (quer o catolicismo romano, quer o protestantismo) ou era perseguido e sofria as represálias. O escritor americano negro Cris Rock disse: "Se você é negro e cristão, você tem uma memória muito curta". De fato, a igreja dizia que os negros não tinham alma. Utilizava-se da maldição de canaã para respaldar a escravidão, fazia maldades e depois da abolição da escravatura, os negros mesmo livres, se viam forçados a se converterem ao cristianismo. basta ver nos dias de hoje mesmo, o preconceito que as religiões afro-brasileiras sofrem de grupos evangélicos:

 

 

Ou seja, os negros estavam lá sossegados, vivendo sua cultura, com suas esposa, filhos e amigos na África. De repente eram capturados como bichos, pelos que alegam seguir a religião do amor, apartados de seus amigos e familiares, trazidos a força para uma terra estranha, selvagem cheia de animais e índios. Obrigados a trabalhar de sol a sol, proibidos de entrarem em uma igreja, Sofrendo todo tipo de doença, castigos e maldades, e depois quando são finalmente libertos, não podem nem sequer cultuar suas crenças de origens, mas são forçados pelos brancos a seguirem uma religião que era originalmente exclusiva dos judeus. Tem que se converter a um messias que disse que veio exclusivamente para as ovelhas perdidas da casa de Israel, e nem os judeus mesmos o aceitaram. Usam do pretexto de "salvação" para isso, sendo que na própria escritura mostra vários personagens pagãos que agradaram a Deus e não foram obrigados a se converterem (Ciro, nabucodonossor, raabe, o centurião). irônico não!

 

Este é apenas um resumo meu dos problemas do novo testamento, o porque de sua rejeição pelos judeus e por teólogos que se aprofundam como o professor Fabio Sabino, Severino Celestino dentre outros. Porque mais da metade no novo testamento não é original.

 

Existiu um Jesus? Sim, existiu. Sua história é a mesma dos evangelhos? Não, os evangelhos apenas contém um pouco de sua história, mas o todo não é de Jesus. Por dois mil anos a igreja tem obrigado pessoas a se converterem. Acho que este período já esta chegando ao fim, onde hoje podemos estudar, analisar, separar o joio do trigo e chegar cada vez mais próximos do Jesus original. “Desconhecimento na era digital é ignorância”

A História de Jonas - Verdade ou Mito?

Engolido por uma Baleia: o Jonas do Século 19

No final do século XIX, um relato surpreendente trás a tona uma possível verdade de um dos mais importantes relatos bíblicos.


Em 1891, James Bartley estava a bordo do baleeiro Star of the East em uma expedição às Ilhas Malvinas (em inglês, Falkland Islands), no Atlântico Sul.  Um vigia avistou uma imensa baleia cachalote quase novecentos metros do bombordo. E uma corrida mortal se iniciou entre o Star of the East e o gigantesco mamífero.

O jovem Bartley estava no primeiro escaler a se aproximar da presa. Eles se aproximaram por trás; e, ao ser lançado, o arpão atingiu profundamente as partes vitais do cachalote. Enquanto a baleia lutava para se libertar do arpão, Bartley e os outros remavam freneticamente para sair do alcance da barbatana caudal. A baleia soltou um jato de água antes de dar um mergulho.

Os remadores se prepararam para pular do barco e se salvarem. Sem aviso, o escaler foi lançado para cima. A baleia se debatia violentamente, mordendo os homens e os destroços, gerando uma espuma sangrenta.
Outro escaler pegou os sobreviventes, mas dois homens estavam faltando, entre eles o jovem James Bartley.
Já morta, a baleia flutuava alguns metros da embarcação. A tripulação amarrou o animal e um gancho a levou para próximo do navio. O clima quente permitiu que a baleia fosse cortada de uma só vez. Impossibilitados de levá-la para dentro da embarcação, os homens retiraram o revestimento de gordura do imenso mamífero.

Mais tarde, os cansados marinheiros removeram o estômago e lentamente o puseram dentro no convés. Eles se assustaram com um movimento no interior do saco. Alguma coisa viva e que respirava estava em seu interior. O capitão chamou o médico do navio, que fez uma incisão na carne áspera. E o marinheiro desaparecido James Bartley deslizou para fora do estômago da baleia. Ele estava vivo, mas inconsciente. 
James foi banhado com água do mar para que recobrasse sua consciência. Ele balbuciava incoerentemente. 
Confinado em uma cabine por semanas e preso para que não se machucasse enquanto se debatia severamente, James foi, aos poucos, retomando os sentidos. Em um mês, ele estava apto para relatar o que havia acontecido em sua terrível experiência.
“Quando eu fui lançado para fora do barco, eu vi uma imensa boca aberta diante de mim. Eu gritei e me engasguei. Eu sentia fortes dores enquanto eu escorregava entre os dentes e para um tubo viscoso que me levou para dentro do estômago da baleia. Eu podia respirar, mas o odor quente e fétido me deixou inconsciente. E a última coisa que me lembro é que eu chutava o mais forte que podia nas paredes do estômago, até que fiquei inconsciente e só acordei agora, quase um mês depois.”


Por causa das 15 horas que ficou dentro do estômago do mamífero, Bartley perdeu todos os pelos do corpo e ficou cego para o resto da vida.  Sua pele ficou pálida, dando-lhe a aparência de que não tinha sangue, apesar de estar saudável.

James nunca mais fez uma viagem marítima e se estabeleceu como sapateiro na sua cidade natal de Gloucester, Inglaterra. Ele morreu 18 anos depois de sua aventura memorável. Em sua lápide há um pequeno relato de sua experiência no mar e uma nota final que diz:
“James Bartley – 1870-1909 – Um Jonas Moderno.”

Um homem sobreviveu 15 horas dentro de uma baleia. Jonas, um dos mais famosos personagens bíblicos, permaneceu vivo dentro de uma durante 3 dias e 3 noites. Não podemos afirmar nem tão pouco negar que essa narrativa seja verídica, mas sabemos que um homem na era moderna repetiu um dos feitos mais difíceis descritos na Bíblia. Então, uma pergunta fica no ar: se um homem pôde ficar 15 horas vivo dentro de uma baleia, será que Jonas poderia ter sobrevivido durante 3 dias?

Obs.: o relato é baseado em uma narrativa real do próprio James Bartley, tendo sido, portanto, readaptado.

Fontes:
http://www.ycaol.com/swallowed.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/James_Bartle

As falsificações

Os únicos autores que poderiam ter escrito a respeito de Jesus Cristo, e como tal foram apresentados pela Igreja, foram Flávio Josefo, Tácito Suetonio e Plínio. Invocando o testamento de tais escritores, a Igreja pretendeu provar que Jesus Cristo teve existência física, e incutir como verdade na mente dos povos todo o romance que gira em torno da personalidade fictícia de Jesus. Contudo, a ciência histórica, através de métodos modernos de pesquisa, demonstra hoje que os autores em questão foram falsificados em seus escritos. Estão evidenciadas súbitas mudanças de assunto para intercalações feitas posteriormente por terceiros. Após a prática da fraude, o regresso ao assunto originalmente abordado pelo autor.

 

Tomemos, primeiramente, Flávio Josefo como exemplo. Ele escreveu a história dos acontecimentos judeus na época em que pretensamente Jesus teria existido. Os falsificadores aproveitaram-se então de seus escritos e acrescentaram: “Naquele tempo nasceu Jesus, homem sábio, se é que se pode chamar homem, realizando coisas admiráveis e ensinando a todos os que quisessem inspirar-se na verdade. Não foi só seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos. Era o Cristo. Sendo acusado por nossos chefes do nosso país ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não o abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia após sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras mil coisas milagrosas. A sociedade cristã, que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome que usa.”

Depois deste trecho, passa a expor um assunto bem diferente no qual refere-se a castigos militares infligidos ao povoado de Jerusalém. Mais adiante, fala de alguém que conseguira seus intentos junto a uma certa dama fazendo-se passar como sendo a humanização do deus Anubis, graças aos ardis dos sacerdotes de Ísis. As palavras a Flávio atribuídas são as de um apaixonado cristão. Flávio jamais escreveria tais palavras, porquanto, além de ser um judeu convicto, era um homem culto e dotado de uma inteligência excepcional. O próprio Padre Gillet reconheceu em seus escritos ter havido falsificações nos textos de Flávio, afirmando ser inacreditável que ele seja o autor das citações que lhe foram imputadas. Além disso, as polêmicas de Justino, Tertuliano, Orígenes e Cipriano contra os judeus e os pagãos demonstram que Flávio não escreveu nem uma só palavra a respeito de Jesus. Estranhando o seu silêncio, classificaram-no de partidário e faccioso.

No entanto, um escritor com o seu mérito escreveria livros inteiros acerca de Jesus, e não apenas um trecho. Bastaria, para isto, que o fato realmente tivesse acontecido. Seu silêncio, no caso, é mais eloqüente do que as próprias palavras. Exibindo os escritos de Flávio, Fócio afirmava que nenhum judeu contemporâneo de Jesus ocupara-se dele. A luta de Fócio, que viveu entre os anos de 820 a 895, e foi patriarca de Constantinopla, teve início justamente por achar desnecessário a Igreja lançar mãos de meios escusos para provar a existência de Jesus. Disse que bastaria um exemplar autêntico não adulterado pela Igreja e fora do seu alcance para por em evidência as fraudes praticadas com o objetivo de dominar de qualquer forma.

Embora crendo em Jesus Cristo, combateu vivamente os meios sub-reptícios empregados pelos Papas, razão porque foi destituído do patriarcado bizantino e excomungado. De suas 280 obras, apenas restou o “Myriobiblion”, tendo o resto sido consumido, provavelmente por ordem do Papa.

Tácito escreveu: “Nero, sem armar grande ruído, submeteu a processos e a penas extraordinárias aos que o vulgo chamava de cristãos, por causa do ódio que sentiam por suas atrapalhadas. O autor fora Cristo, a quem, no reinado de Tibério, Pôncio Pilatos supliciara. Apenas reprimida essa perniciosa superstição, fez novamente das suas, não só na Judéia, de onde proviera todo o mal, senão na própria Roma, para onde de confluíram de todos os pontos os sectários, fazendo coisas as mais audazes e vergonhosas. Pela confissão dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de incendiários professando um ódio mortal ao Gênero humano”.

Conhecendo muito bem o grego e o latim, Tácito não confundiria referências feitas aos seguidores de Cristo com os de Crestus. As incoerências observadas nessa intercalação demonstram não se tratar dos cristãos de Cristo, nem a ele se referir. Lendo-se o livro em questão, percebe-se perfeitamente o momento da interpelação. Afirmar que fora Cristo o instigador dos arruaceiros é uma calúnia contra o próprio Cristo.

E conforme já referimos anteriormente, os cristãos seguidores de Cristo eram muito pacatos e não procuravam despertar atenção das autoridades para si. Como dizer em um dado momento que eles eram retraídos e, em seguida, envolvê-los em brigas e coisas piores? É apenas mais uma das contradições de que está repleta a história da Igreja. Ganeval afirma que foram expulsos de Roma os hebreus e os egípcios, por seguirem a mesma superstição. Deduz-se então que não se referia aos cristãos, seguidores de Jesus Cristo. Referia-se aos Essênios, seguidores de Crestus, vindos de Alexandria.

A Igreja não conseguiu por as mãos nos livros de Ganeval, o que contribuiu ponderavelmente para lançar uma luz sobre a verdade. Por intermédio de seus escritos, surgiu a possibilidade de se provar a quais cristãos, exatamente, referia-se Tácito. Suetônio teria sido mais breve em seu comentário a respeito do assunto. Escreveu que “Roma expulsou os judeus instigados por Crestus, porque promoviam tumultos”. É evidente, também, a falsificação praticada em uma carta de Plínio a Trajano, quando perguntava o que fazer sobre os cristãos, assunto já abordado anteriormente. O referido texto, após competente exame grafotécnico, revelou-se adulterado. É como se Plínio quisesse demonstrar, não apenas a existência histórica de Jesus, mas sua divindade, simbolizando a adoração dos cristãos. É o quanto basta para evidenciar a fraude.

Se Jesus Cristo realmente tivesse existido, a Igreja não teria necessidade de falsificar os escritos desses escritores e historiadores. Haveria, certamente, farta e autêntica documentação a seu respeito, detalhando sua vida, suas obras, seus ensinamentos e sua morte. Aqueles que o omitiram, se tivesse de fato existido, teriam falado dele abundantemente. Os mínimos detalhes de sua maravilhosa vida seriam objeto de vasta explanação. Entretanto, em documentos históricos não se encontram referências dignas de crédito, autênticas e aceitáveis pela história. Em tais documentos, tudo o que fala de Jesus e sua vida é produto da má-fé, da burla, de adulterações e intercalações determinadas pelos líderes cristãos. Tudo foi feito de modo a ocultar a verdade.

Quando a verdade esta ausente ou oculta, a mentira prevalece. E há um provérbio popular que diz: “A mentira tem pernas curtas”. Significa que ela não vai muito longe, sem que não seja apanhada. Em relação ao cristianismo, isto já aconteceu. Um número crescente de pessoas vai, a cada dia que passa, tomando conhecimento da verdade. E, assim, restam baldados os esforços da Igreja, no que concerne aos ardis empregados na camuflagem da verdade, visando alcançar escusos objetivos.

Próximo capítulo: O doloroso silêncio histórico

Veja os outros capítulos da série A maior farsa de todos os tempos clicando aqui.

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